domingo, 3 de abril de 2016

Londrina 60 anos: “És o orgulho de uma cidade”

Por: Jefferson Bachega

Em reunião no dia 5 de abril de 1956, no Monções Hotel, surgia o primeiro clube de futebol de uma cidade que vivia sua fase mais efervescente do ponto de vista econômico e que ostentava o título de “capital mundial do café”.

O time foi batizado como Londrina Futebol Clube, inspirado no vizinho Nacional de Rolândia, e trazia as cores azul e branco. Após alguns dias de espera, a cidade teve sua primeira partida com o novo clube. No dia 24 de abril do mesmo ano, Londrina e Corinthians de Presidente Prudente (SP) empataram no Estádio Vitorino Gonçalves Dias (VGD), por 1 a 1. Alaor foi o autor do primeiro gol do Londrina.

O Londrina surgiu forte, muito pelo apoio de vários empresários e pelo dinheiro que vinha dos cafezais.

Nestes 60 anos, o clube mudou algumas vezes de nome. Em 1960, a tão sonhada sede campestre foi a causadora da mudança. O então presidente do clube, Carlos Antônio Franchello, convenceu o governador a doar um terreno para ser a sede do Londrina, mas não poderia ser doado a um clube de futebol, por isso a equipe passou a se chamar Londrina Futebol e Regatas.
Com este nome, o Londrina conseguiu uma de suas maiores conquistas, o Campeonato Paranaense de 1962.

Surge o Londrina Esporte Clube
Com a decadência do café o Londrina passou a sofrer com problemas financeiros. A solução encontrada foi a fusão, com outro clube da cidade, o Paraná Futebol Clube. No dia 3 de janeiro de 1970 foi oficializada a fusão dos clubes e o surgimento do Londrina Esporte Clube, a principio utilizando as cores da cidade, vermelho e branco. Em 1972, Franchello voltou à presidência do LEC e o clube voltou às cores originais: azul e branco.

Em 77, o Londrina vira o Tubarão
O ano de 1977 foi muito especial para o Londrina. A equipe não foi bem na primeira fase do Campeonato Brasileiro da primeira divisão. Caiu na repescagem e surgiu o “Pacto de Goiânia”. A diretoria não enviou ninguém para a viagem até Goiás, não acreditando na classificação. Então os jogadores se reuniram e fizeram um pacto para buscar as duas vitórias e elas vieram, 1 a 0 no Vila Nova e 2 a 1 no Goiás. A equipe voltou para Londrina e foi recebida com festa no aeroporto.
Na sequência, o Londrina caiu no grupo mais difícil da terceira fase, com grandes clubes, como Vasco, Corinthians, Santos, Flamengo e Caxias. O Tubarão não tomou conhecimento de nenhum dos adversários e venceu todos os jogos se classificando para a semifinal do Campeonato Brasileiro.
A partida mais marcante foi no Estádio São Januário, onde o Londrina venceu o Vasco por 2 a 0, no maior público registrado do estádio cruzmaltino. Na semifinal, o adversário foi o Atlético Mineiro, o LEC jogou bem as duas partidas, mas não conseguiu a classificação à final. O Galo venceu por 4 a 2 no Mineirão e no Estádio do Café, empate por 2 a 2. Esta foi a melhor participação de um clube paranaense em campeonato nacional até então. O Londrina foi o quarto colocado.

Londrina vive de altos e baixos
Após a grande campanha em 77, o LEC viveu de grandes momentos como títulos conquistados a rebaixamentos no Campeonato Paranaense. O Caçula-gigante foi o primeiro clube paranaense a ter um título nacional. Levantou a Taça de Prata de 1980. Foi ainda três vezes campeão estadual: 1981, 1992 e 2014, que se somaram ao pioneiro título de 1962.
Mesmo com títulos, o LEC viveu momentos muito difíceis em sua história, como dois rebaixamentos para a Divisão de Acesso do Paranaense, em 1998 e 2009 e chegando ao fundo do poço em 2010 com o quase rebaixamento a terceira divisão estadual.


Primeira formação do Londrina, em 1956. Em pé: Carlos Antônio Franchello (dirigente), Marinho, Osvaldo, Rubens Cortez, Inácio, Conceição, Paulinho e Chico (Dirigente). Agachados: Alaor, Procópio, Rubinho, Domingos e Jaime. Arquivo: Gazeta Esportiva.



Time do Londrina que venceu o Vasco no Estádio de São januário, em 1978. Em pé: Mauro, Arenghi, Carlos, Dirceu, Zé Roberto e Claudinho. Agachados: Mário Fraga (Massagista), Xaxá, Carlos Alberto Garcia, Brandão, Ademar e Nenê. Arquivo: Revista Manchete Esportiva.





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