quinta-feira, 14 de abril de 2016

Londrina 60 anos: Torcida gritava “Regaça Tubarão!”

Por: Jefferson Bachega



Jogadores do Londrina desfilaram pelas ruas da cidade, num caminhão dos bombeiros.
Festa começou ainda no Estádio do Café. Foto: Autor desconhecido


“Eu levantei do banco e comecei aquecer, mas ele (Urubatão) não me chamou para aquilo. Ele se assustou quando me viu aquecendo, a torcida começou a gritar meu nome e aí ele disse:- vai lá, entra lá!”, comentou Carlos Alberto Garcia, conhecido pelo torcedor do Londrina como o “Bem Amado”, após ele fazer os gols, ele mandava beijinhos para a torcida e não foi diferente naquele dia 29 de novembro de 1981.

O Campeonato Paranaense de 1981 começou a ser disputado no mês de maio e se estendeu até final de novembro. O radialista esportivo, Jota Mateus, comentou que foi um campeonato com excesso de jogos. “O campeonato foi muito longo”, afirmou Mateus.

O campeão do primeiro turno foi o Grêmio Maringá e do segundo turno foi o Londrina, com isso a final do Paranaense de 81 seria decidido no Clássico do Café. “O primeiro jogo foi em Maringá, uma atuação soberba do Londrina. O LEC chegou a três a zero, deu um show de bola. O Grêmio reagiu, marcou dois gols e o Tubarão ganhou de 3 a 2”, lembra o radialista.

Em pé: Toninho, Zequinha, Neneca, Fernando, Zé Antônio e Luiz Gustavo. Agachados: Venturini (Preparador Físico), Zé Dias, Nivaldo, Paulinho, Zé Roberto e Carlos Henrique. Arquivo: Revista Placar.

O segundo jogo aconteceu no Estádio do Café, 43.412 torcedores pagaram para assistir o jogo. O empate era do Tubarão, mesmo assim o Londrina partiu pra cima do Galo para voltar a conquistar o título estadual após 18 anos. Um dos principais jogadores da história do LEC iria começar o jogo no banco, já que havia discutido com o treinador Urubatão. “Ele estava bravo comigo e com razão, eu xinguei ele”, afirmou Garcia.

A vitória começou com Paulinho, o Canhão de Pinhal, que logo tratou de dar a primeira alegria para a torcida do Tubarão. Aos 14’ do primeiro tempo, Zé Dias fez boa jogada e tocou para Paulinho na ponta direita e ele chutou a bola cruzada queimando a grama e no contrapé do goleiro Rubens, que apenas olhou a bola entrar e ouviu a torcida explodir de alegria. Porém aos 22’, o Grêmio empatou. Em uma escapada de Silvinho, o Galo fez o gol e ainda acreditava no título. A torcida alviceleste começou a ficar preocupada, as duas equipes criavam chances, o Londrina esbarrava em Rubens e o Galo parava em Neneca.


No segundo tempo, um jogador do Londrina começou a aquecer sozinho, mesmo sem o técnico Urubatão pedir, a torcida viu quem era e com o placar ameaçado começou a gritar seu nome: -Garcia, Garcia! “Em Maringá ele nem me colocou, na primeira partida. E aqui ele me colocou porque eu levantei e comecei a aquecer, ele não me chamou, poucas pessoas sabem disso. Eu sabia que ele não ia me colocar, porque 1 a 1 o Londrina também era campeão”, comentou o Bem Amado.

Após Garcia começar a aquecer, Urubatão se assustou com a atitude dele e o colocou na partida. “O Garcia tinha estrela”, afirmou Jota Mateus. O cronômetro marcava 31 minutos da segunda etapa, no instante em que o árbitro marcava uma falta à favor do Tubarão. Carlos Henrique foi para a cobrança. “O Carlos Henrique batia mais seco na bola, e eu falei para ele, Carlos Henrique você bate nela que é comigo e foi na primeira”, lembrou aos risos, o Bem Amado.

Jogadores comemoram o título de campeão Paranaense de 1981. 
Arquivo: Revista Placar.

Carlos Henrique foi para a bola e cruzou na marca do pênalti, Garcia apareceu sozinho e testou para o fundo da rede, Rubens ficou sem reação com o “chute” de cabeça dado pelo Bem Amado. O eterno camisa 8 - que nesta partida jogou com a 15, já que iniciou a partida no banco de reservas, correu para a torcida mandando seus tradicionais beijinhos.

Após o apito final, vitória do Tubarão e invasão de campo. Foi o primeiro estadual conquistado em casa. Na comemoração do título, Garcia se emocionou bastante. “Eu chorei muito, foi emocionante porque é título e eu sabia que ia fazer o gol”, lembrou o ídolo alviceleste.



segunda-feira, 4 de abril de 2016

Londrina 60 anos: O Paraná é alviceleste pela primeira vez


O Londrina nesta decisão fez sua primeira viagem de avião”, conta Antero Bombassaro. Conhecido da torcida londrinense por Gauchinho, o ex atacante é até hoje o maior artilheiro da história do Londrina Esporte Clube. Este relato aconteceu após a primeira conquista estadual do LEC,  que foi o Campeonato Paranaense de  1962.

Para chegar a esta conquista, o Londrina enfrentou muitas dificuldades como lembra o cronista José Mateus de Lima, conhecido como Jota Mateus. “Foi a conquista mais difícil da história do Londrina”, comenta Mateus.

No Campeonato do Norte, o Londrina, disputou 22 jogos, com 14 vitórias, 6 empates e apenas 2 derrotas. No final, Londrina e Apucarana terminaram empatados e com isso foi feito uma decisão em melhor de quatro pontos. “Para ser campeão do Norte, o Londrina sofreu muito, porque ele teve que decidir em quatro jogos o título com o Apucarana”, relatou Jota Mateus.

Naquela época, a vitória valia dois pontos e o empate um. Então quem fizesse os quatro pontos primeiro sagraria-se o campeão do Norte. “Empatamos a primeira em Apucarana, por 1 a 1. Perdemos a segunda em Londrina, por 2 a 1. O terceiro jogo foi num campo neutro, em Curitiba e vencemos por 3 a 2. Houve então a necessidade da quarta partida, também em Curitiba e vencemos por 2 a 1. Faturamos então a etapa do Norte”, lembrou Gauchinho.

Após esta conquista, o então Caçula Gigante, como era conhecido por Carlos Antônio Franchello, se juntou ao Coritiba, campeão do Sul e à Cambaraense, campeã do Norte-pioneiro. Com isso, aconteceriam seis jogos e quem pontuasse mais seria o campeão Paranaense de 1962.

O Londrina empatou com a Cambaraense por 3 a 3 e venceu o Coritiba por 4 a 2. O Coxa jogou duas vezes contra a Cambaraense e empatou por 3 a 3 e venceu por 4 a 0. A decisão aconteceu no Estádio Belfort Duarte, hoje Estádio Couto Pereira no dia 21 de abril de 1963. O Londrina abriu o placar aos 8’ com Chinezinho, aos 31 minutos do 1° tempo, Calita empatou para o Coritiba. Gauchinho colocou o Caçula Gigante novamente na frente aos 40’ e Paulo Vecchio aumentou aos 43 minutos da primeira etapa. No segundo tempo, Duílio diminuiu aos 8 minutos e Lelo sacramentou o título do Londrina aos 31 minutos da segunda etapa. O Londrina venceu por 4 a 2 e comemorou o primeiro título estadual em Curitiba.

“Foi uma campanha muito boa no campeonato de 1962, com um time bem montado. Os jogadores e o técnico argentino, Floreal Garro, estavam com vontade de faturar o título”, comentou Gauchinho, que foi o artilheiro do campeonato com 18 gols.



Em pé: Carlos Antônio Franchello (Presidente), Pinheiro, Jair, Berto, Aldemar, Juvenal e Lelo. Agachados: Chinezinho, Paulo Vecchio, Gauchinho, Paulinho e Adamastor. Foto: acervo Blog Londrinense.

Após conquistar o título, a equipe que estava acostumada a viajar de ônibus, voltou da capital de avião e foram recebidos com muita festa no aeroporto. “Uma verdadeira multidão foi nos receber. Do aeroporto partimos para desfilar em carreata na Avenida Paraná (hoje o calçadão de Londrina)”, lembrou o artilheiro de 303 gols com a camisa do Londrina.


Após as festas, o Londrina ainda recebeu pelo último jogo a Cambaraense e venceu por 4 a 1 para coroar esta bela campanha. Para o narrador esportivo Jota Mateus, Gauchinho foi importante nesta conquista, mas era um belo time. “Gauchinho foi um dos principais jogadores desta conquista, o time era muito forte. O Londrina tinha jogadores de primeiro nível, como Paulo Vecchio e Adamastor”, relatou Jota Mateus que acompanhou aquele campeonato.

“Por ser o primeiro título foi uma situação de alegria de todos os que participaram. Jogadores que disputaram as partidas e os que ficaram no banco sempre incentivavam os que estavam dentro do campo”, disse Gauchinho.

Luis Santos, Gauchinho, Juvenal e Paulo Vecchio comemorando o título Paranaense de 1962. Na época o Londrina ainda era Londrina Futebol e Regatas. Foto: acervo Blog Londrinense

domingo, 3 de abril de 2016

Londrina 60 anos: “És o orgulho de uma cidade”

Por: Jefferson Bachega

Em reunião no dia 5 de abril de 1956, no Monções Hotel, surgia o primeiro clube de futebol de uma cidade que vivia sua fase mais efervescente do ponto de vista econômico e que ostentava o título de “capital mundial do café”.

O time foi batizado como Londrina Futebol Clube, inspirado no vizinho Nacional de Rolândia, e trazia as cores azul e branco. Após alguns dias de espera, a cidade teve sua primeira partida com o novo clube. No dia 24 de abril do mesmo ano, Londrina e Corinthians de Presidente Prudente (SP) empataram no Estádio Vitorino Gonçalves Dias (VGD), por 1 a 1. Alaor foi o autor do primeiro gol do Londrina.

O Londrina surgiu forte, muito pelo apoio de vários empresários e pelo dinheiro que vinha dos cafezais.

Nestes 60 anos, o clube mudou algumas vezes de nome. Em 1960, a tão sonhada sede campestre foi a causadora da mudança. O então presidente do clube, Carlos Antônio Franchello, convenceu o governador a doar um terreno para ser a sede do Londrina, mas não poderia ser doado a um clube de futebol, por isso a equipe passou a se chamar Londrina Futebol e Regatas.
Com este nome, o Londrina conseguiu uma de suas maiores conquistas, o Campeonato Paranaense de 1962.

Surge o Londrina Esporte Clube
Com a decadência do café o Londrina passou a sofrer com problemas financeiros. A solução encontrada foi a fusão, com outro clube da cidade, o Paraná Futebol Clube. No dia 3 de janeiro de 1970 foi oficializada a fusão dos clubes e o surgimento do Londrina Esporte Clube, a principio utilizando as cores da cidade, vermelho e branco. Em 1972, Franchello voltou à presidência do LEC e o clube voltou às cores originais: azul e branco.

Em 77, o Londrina vira o Tubarão
O ano de 1977 foi muito especial para o Londrina. A equipe não foi bem na primeira fase do Campeonato Brasileiro da primeira divisão. Caiu na repescagem e surgiu o “Pacto de Goiânia”. A diretoria não enviou ninguém para a viagem até Goiás, não acreditando na classificação. Então os jogadores se reuniram e fizeram um pacto para buscar as duas vitórias e elas vieram, 1 a 0 no Vila Nova e 2 a 1 no Goiás. A equipe voltou para Londrina e foi recebida com festa no aeroporto.
Na sequência, o Londrina caiu no grupo mais difícil da terceira fase, com grandes clubes, como Vasco, Corinthians, Santos, Flamengo e Caxias. O Tubarão não tomou conhecimento de nenhum dos adversários e venceu todos os jogos se classificando para a semifinal do Campeonato Brasileiro.
A partida mais marcante foi no Estádio São Januário, onde o Londrina venceu o Vasco por 2 a 0, no maior público registrado do estádio cruzmaltino. Na semifinal, o adversário foi o Atlético Mineiro, o LEC jogou bem as duas partidas, mas não conseguiu a classificação à final. O Galo venceu por 4 a 2 no Mineirão e no Estádio do Café, empate por 2 a 2. Esta foi a melhor participação de um clube paranaense em campeonato nacional até então. O Londrina foi o quarto colocado.

Londrina vive de altos e baixos
Após a grande campanha em 77, o LEC viveu de grandes momentos como títulos conquistados a rebaixamentos no Campeonato Paranaense. O Caçula-gigante foi o primeiro clube paranaense a ter um título nacional. Levantou a Taça de Prata de 1980. Foi ainda três vezes campeão estadual: 1981, 1992 e 2014, que se somaram ao pioneiro título de 1962.
Mesmo com títulos, o LEC viveu momentos muito difíceis em sua história, como dois rebaixamentos para a Divisão de Acesso do Paranaense, em 1998 e 2009 e chegando ao fundo do poço em 2010 com o quase rebaixamento a terceira divisão estadual.


Primeira formação do Londrina, em 1956. Em pé: Carlos Antônio Franchello (dirigente), Marinho, Osvaldo, Rubens Cortez, Inácio, Conceição, Paulinho e Chico (Dirigente). Agachados: Alaor, Procópio, Rubinho, Domingos e Jaime. Arquivo: Gazeta Esportiva.



Time do Londrina que venceu o Vasco no Estádio de São januário, em 1978. Em pé: Mauro, Arenghi, Carlos, Dirceu, Zé Roberto e Claudinho. Agachados: Mário Fraga (Massagista), Xaxá, Carlos Alberto Garcia, Brandão, Ademar e Nenê. Arquivo: Revista Manchete Esportiva.





quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Estádio do Café começa a receber novo gramado

Novo gramado começará a ser plantado nesta sexta-feira
Foto: Douglas Estevam



















Com um longo atraso devido aos dias chuvosos, finalmente o novo gramado começou a chagar nesta quinta-feira (28), no Estádio do Café.

O longo período de chuvas não só em Londrina, mas também no Estado de São Paulo, atrasaram toda a logística da retira e transporte do gramado.


A nova grama, do tipo Bermudas, deverá ter seu plantio iniciado ainda nesta sexta-feira dia 29. Ao todo serão plantados 11 mil metros quadrados do novo gramado. 





sábado, 9 de janeiro de 2016

Paulinho voltou e já treinou

Atacante chegou ontem em Londrina e já treinou hoje no CT da SM Sports; Jogador será apresentado na próxima terça-feira.

Divulgação Tubanautas Facebook. Foto: Robson Vilela

O técnico do Londrina Esporte Clube (LEC), Claudio Tencati, conta com mais uma opção para o ataque alviceleste. Paulinho que já teve duas passagens pelo Tubarão, está de volta e já treinou hoje (9), pela manhã no Centro de Treinamentos (CT) da SM Sports.

Paulinho jogou a série D em 2014 e o paranaense de 2015 pelo LEC. Logo depois, o jogador foi para o Coritiba. Sem o contrato renovado pelo time da Capital Paranaense, o 'The Flash', como foi apelidado pelo torcedor londrinense, voltou ao Grêmio (clube detentor dos seus direitos). Na equipe gaúcha o atacante não seria aproveitado, o que facilitou a vinda dele para o Tubarão.